A casa caiu

Oposição do Sindimoc diz que prisão de presidente é motivo de vergonha
Denilson Pires e Valdecir Bolette foram afastados. Eleições devem acontecer no dia 30 de setembro

Jadson André e Bruno Henrique

Ouça o áudio:Clique aqui

Representantes da oposição que disputa as eleições pela liderança do Sindicato dos Motorista e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc) fizeram uma manifestação em frente a sede do sindicato na tarde desta quinta-feira (2). Eles protestaram contra as acusações de desvio de dinheiro feitas contra a atual direção e se dizem envergonhados pelas prisões do ex-presidente do sindicato e vereador da capital, Denilson Pires e do ex-tesoureiro, Valdecir Bolette. Os dois são acusados de formação de quadrilha e desvio de verba da instituição, situação que segundo o Ministério Público, acontece desde a fundação do sindicato em 1990.

Pires e Bolette

“O mesmo grupo esta na direção desde sempre, pela primeira vez conseguimos montar uma chapa de oposição que realmente está exercendo a oposição. Queremos que o dinheiro dos trabalhadores do transporte coletivo seja usado para o bem deles e não para enriquecer quem quer que seja”, disse Alderson Teixeira, candidato a presidência do Sindimoc pela chapa opositora. “São anos de coação que devem acabar”.

As eleições para a presidência estão marcadas para o dia 30 de setembro, e os opositores entraram com um pedido junto a justiça para que o processo democrático seja garantido. “Nós ficaremos hoje em prostesto aqui na frente e iremos fazer o que for necessário para que as eleições aconteçam”, disse Teixeira.

Teixeira

Afastamento

O diretor de relações sociais do Sindimoc, Dirceu Galvão, informou que Pires e Bolete foram afastados do cargo. Os dois permanecem presos na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). “As atividades e os serviços prestados pelo sindicato continuam acontecendo normalmente. Com o afastamento de Pires e Bolette assumiram a vice-presidente Ana Ilíbia da Silva e o 2º tesoureiro João Carlos Mesquita”, disse Galvão. (Ouça o áudio)

Sobre as inrregularidades, Galvão disse não saber de nada. “Foi um espanto e uma surpresa para todos, não sei informar se os desvios aconteciam”. Ele que pertence a diretoria atual do sindicato, garantiu que as eleições deverão acontecer, sem nenhum tipo de intervenção da atual administração.

Desvios e assassinatos

O sindicato, que tem 4 mil afiliados, estava sendo alvo de investigações do MP e durante a segunda-feira (1º) o Gaeco foi até a sede com mandados de busca e apreenção para levar documentos e fechar o cerco contra os acusados. Foram encontrados uma soma de R$ 120 mil no cofre, enquanto apenas R$ 15 mil estavam nos registros de taxas.

Ainda de acordo com o MP, a arrecadação do Sindimoc chega a R$ 10 milhões mensais, parte deste montante vinda das tarifas cobradas dos usuários de transporte coletivo. Desde a fundação do sindicato dois dirigentes já foram assassinados.

Aristides da Silva, conhecido como “Tigrinho”, foi executado a tiros por pistoleiros na praia de Itapoá, Santa Catarina, em 1998. Recentemente, o ex-diretor da entidade, Alcir Teixeira, conhecido como “Zico”, foi morto da mesma forma, em 2009, após afirmar que iria denunciar as irregularidades ao MP.

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