Gaeco investiga gravação no Sindimoc


Gaeco investiga gravação telefônica no Sindimoc
As gravações de uma ligação telefônica e de uma reunião ocorrida na sede do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) em 2008, entregues ontem ao Gaeco (grupo especial de investigação do Ministério Público), podem complicar a vida do ex-presidente da entidade e atual vereador Denílson Pires, bem como do diretor administrativo e financeiro Valdecir Bolette, e do advogado Valdenir Dias, ex-vereador da capital pelo PSB e atual presidente estadual do PMN.

A gravação foi feita por Almir Teixeira, 53 anos, o “Zico”, que era secretário do Sindimoc e foi morto a tiros em fevereiro do ano passado, quando chegava em casa, no Xaxim.
“Zico” tinha descoberto irregularidades no sindicato e revoltou-se com a situação, inclusive por saber que os colegas estavam ganhando dinheiro “por fora”, em suposto acerto com a empresa que fornece cestas básicas para os motoristas e cobradores, e que ele havia sido preterido na divisão do “jabá”. Irritado, afirmou que iria fazer oposição à diretoria do Sindimoc e que não duvidassem que poderia denunciar todas as falcatruas para os associados.

Ameaças

“A partir de então ele começou a receber ameaças e, por isso, passou a gravar telefonemas e reuniões”, afirmou o filho de “Zico”, Anderson Teixeira, que atualmente é candidato à presidência do mesmo sindicato.
As gravações foram encontradas pela mãe dele, nos pertences do pai, durante arrumação. Ele reconhece, na primeira gravação, a voz de seu pai e de Valdecir Bolette, apelidado de “Tamim”, discutindo a questão das “cestas básicas”.
E na segunda, a discussão envolve “Zico”, Denílson Pires, Dirceu Galvão (diretor de relações sociais na época), João Carlos Mesquita (segundo tesoureiro), João Carlos Rosa (suplente) e Ana Líbia (atual vice presidente e na época tesoureira)

Reunião

“Zico” descobriu que o Sindimoc recebia grande importância em dinheiro (fala-se em R$ 120 mil mensais) de uma empresa que superfaturava as cestas básicas que eram entregues aos empresários do setor, para que eles repassassem aos funcionários.
As cestas tinham menos produtos (ou de qualidade inferior) aos que eram pagos. O sindicato é que deveria fiscalizar as cestas, mas fazia vistas grossas e ficava com parte da quantia que o fornecedor economizava. Num telefonema de 21 minutos a “Tamim”, “Zico” reclama de ter sido deixado de lado na divisão da “propina” e afirma ter ficado irritado com a situação.

A segunda gravação já é de uma reunião entre “Zico” e membros do sindicato, quando tentam colocar “ordem na casa”. “Zico” exige a demissão de quatro funcionários, afirmando que eles não eram mais da “confiança da diretoria” e também que os demais passassem a receber o salário especificado nos holerites e não mais valores “por fora”. Nesta reunião, “Zico” se descontrola e tem uma crise de choro, afirmando que não aguentava mais a situação e que tudo deveria ser revolvido.

Preso

Na semana passada, Denílson Pires, Valdecir Bolette e Valdenir Dias foram presos pelo Gaeco, sob suspeita de desvio de verbas do Sindimoc, na ordem dos R$ 10 milhões, desde a fundação do sindicato.
Na sexta-feira, os três foram soltos, mas as investigações continuam, não só com referência aos supostos crimes administrativos, mas também a respeito da morte de “Zico” e do assassinato de outro presidente da entidade, Aristides da Silva, o “Tigrinho”, este ocorrido em 1998.

Paraná Online

Um comentário:

  1. cada dia que passa o sindimoc esta mais perto de ser nosso novamente, para lutar em favor dos funcionarios e nao destes "vagabundos" que ai estão.

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