Solidariedade Mais um, entre tantos


  O Ministério Público Eleitoral deu ontem parecer favorável à criação do Solidariedade, legenda que caminha para ganhar o seu registro e se tornar a potencial “noiva” do troca-troca partidário com vistas às eleições de 2014.
Com o aval dado ontem, cabe agora ao Tribunal Superior Eleitoral conferir se a sigla reuniu as 492 mil assinaturas de apoio exigidas por lei –o Solidariedade diz ter entregue ao TSE 520 mil já validadas pelos cartórios– e marcar o julgamento do pedido.
Gestado pelo presidente da Força Sindical e também deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o partido tenta tirar congressistas principalmente do PDT e do PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, que, porém, trabalham nos bastidores para minimizar a debandada.
Segundo articuladores do Solidariedade, ele desponta como possível legenda aliada ao projeto presidencial de Aécio Neves (PSDB-MG).
O Solidariedade entrou com seu pedido de registro em 24 de junho.
Devido às dificuldades encontradas pela Rede da ex-senadora Marina Silva para obter seu registro (não há ainda as assinaturas mínimas), a sigla seria a única de peso que poderia representar destino seguro àqueles que pretendem mudar de partido.
Isso porque a resolução do TSE sobre a fidelidade partidária considera como justa causa de desfiliação a migração para uma nova legenda.
Almoço na última quarta-feira na casa do advogado Tiago Cedraz –filho do ministro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz e que encabeça o pedido de registro– reuniu 31 deputados federais de diversos partidos.
A Folha conversou com três participantes do encontro do Solidariedade –o nome é inspirado na federação sindical sediada em Gdansk, que teve papel decisivo na transição do regime socialista para a economia de mercado na Polônia, na década de 80.
A ideia é que partido se declare independente no Congresso e discuta posteriormente o caminho a seguir em 2014, com inclinação majoritária a apoiar Aécio Neves.
Entre os deputados que negociam migrar para a sigla estão Marcos Medrado (BA), Oziel Oliveira (BA), João Dado (SP), Manato (ES) e Sebastião Bala Rocha (AP), todos do PDT; Wladimir Costa (PMDB-PA), Fernando Francischini (PEN-PR) e Augusto Carvalho (PPS-DF), além de deputados da bancada do PSD de Minas Gerais.
Segundo participantes do almoço, o ex-atacante Romário (RJ), que deixou o PSB e tem conversas com o PR, também tem mantido negociação com o Solidariedade. Outro que negocia com o partido é Domingos Dutra (PT-MA), um dos articuladores da Rede.
Caso consiga reunir 30 deputados federais, o novo partido seria o sétimo maior da Câmara dos Deputados.

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