FORÇA SUL

Lideranças do SC, RS e PR aprovaram moção de repúdio às reformas da previdência e trabalhista e ao aparelhamento partidário da Força Sindical

Moção de repúdio é aprovada em reunião que marca posicionamento da Força Sul pela classe trabalhadora
Lideranças do SC, RS e PR aprovaram moção de repúdio às reformas da previdência e trabalhista e ao aparelhamento partidário da Força Sindical
Lideranças representativas de mais de 300 sindicatos de trabalhadores filiados à Força Sindical nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul reuniram-se na manhã deste sábado (18) para discutir os rumos e o fortalecimento da central.
Esse ano ocorrem os congressos regionais e nacional da entidade, no qual se elegem as novas diretorias e se aprovam as diretrizes de luta para os próximos anos.
Em comum na fala das lideranças, um posicionamento muito claro: a Força Sindical precisa urgentemente guinar seu rumo no sentido da luta sindical e trabalhista e blindar-se contra interferências partidárias, sob pena de uma grande debandada de sindicatos. O encontro da Força Sul ocorreu em Florianópolis/SC e foi preparatório para o Seminário Regional da Força Sul – Congresso Força Sindical 2017.
Para marcar posição, foi aprovada na reunião uma moção de repudio (veja abaixo) às reformas da previdência e trabalhista e ao aparelhamento partidário da Força Sindical.
“Precisamos questionar, qual a central que queremos? Se depender de nós o foco será sempre a luta pelos trabalhadores, principalmente, na atual conjuntura de crise econômica, desemprego e ameaças aos direitos trabalhistas, a exemplo das reformas trabalhistas e previdenciária. Se não conseguirmos construir a unidade para o Congresso, teremos uma grande debandada de sindicatos. Todos nós esperamos posições diferentes daqui pra frente. Não vamos e não podemos discutir partidariamente o congresso. Mas qual o futuro, teses, o caminho para fortalecer a central? Senão a gente vai jogar fora todo fortalecimento criado nos estados. Se hoje temos o respeito dos trabalhadores, foi graças a luta e a representatividade, graças a atividade sindical. Não foi partido algum que gerou isso. Foi trabalho, suor e luta. Luta sindical!”, frisou o presidente da Força-PR, Sérgio Butka.
A linha explanada por Butka entra em sintonia com o pensamento das lideranças do Rio Grande Sul e Santa Catarina. O consenso pelo fortalecimento da Força Sindical ficou evidente na reunião.
“Paulinho não pode estar no exercício da presidência de um partido e da Central.  É conflitante. Essa proposta de reforma da previdencia. Ele discutiu com quem? Ora, ela é do Solidariedade, cabe ao Solidariedae discutir! É do SDD, não Força, não foi discutida! Nao pode levar pro Congresso como sendo da Força, porque náo é!”, analisou o presidente licenciado da Força-RS, Claudio Janta.
“Essa é a uma oportunidade de fazer o que sempre fizemos. Ajudar a dar linha, posições, e construir e fortelecar a central. Nosso reagrupamento faz com que a gente se fortaleça e busquemos os espaços q são nossos. Não dá para aceitar uma central paulista.Por que não temos os espaços garantidos pela representatividade? Se pegar o Sul, por exemplo, e ver o espaço que temos, não é equivalente! Há uma disfução aí e isso tem que ser corrigido. O critério do “amigo do rei” não pode ser o critério único. Tem que ser o critério da representatividade, pelo bem da central, pelo bem dos trabalhadores. Essa república paulista está causando uma divisão nos nossos estados, na nossa centralIsso é Inconcebível, ressaltou o presidente da Força-SC, Osvaldo Mafra.
Para o diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio de Canoas (RS), Américo Cordeiro, “há um aparelhamento da Força Sindical por interesses partidários. O partido foi criado para ser instrumento da central. Mas isso se inverteu. A posição partidária está se sobrepondo à sindical. Repudio essa inversão”.
Já o diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio de Canoas (RS), Nilton Souza Neco, sinalizou, “que é irracional colocar a central a reboque de partido. Afinal, foi a luta sindical que nos cacifou para chegar a cargos eletivos de vereador, deputado, e não o partido!! O partido é só um instrumento! Não pode a central ficar a serviço de partido algum”.
“Esse debate já era para ser feito há muito tempo. Não queremos retrocesso. Não aceitamos retirar direitos do trabalhador”, avisou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Materiais Plásticos de Chapecó, Vilson Antonio Silveira.
“Precisamos ser ouvidos pela direção da nacional. Eles precisam saber o que o sul e as outras regiões pensam, pois tais atidudades não refletem o posicionamento da maioria”, ressalta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná, Francisco Rodrigues da Silva Sobrinho.
Em breve a Força Sul vai definir a realização, provavelmente em março, de um seminário para debater e definir as ações para o Congresso Nacional da central.
CARTA DA FORÇA SUL
*MOÇÃO DE REPÚDIO ÀS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E TRABALHISTA E AO APARALHEMENTO PARTIDÁRIO
DA FORÇA SINDICAL*
Na condição de representantes de mais de dois milhões e meio de trabalhadores, nós, presidentes e diretores de entidades filiadas à Força Sindical nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vimos a público manifestar nosso repúdio às mudanças que subtraem direitos dos trabalhadores, consignadas nas reformas da Previdência e Trabalhista do governo federal.
De mesmo modo manifestamos nossa contrariedade ao fato da Força Sindical encaminhar tratativas no Congresso Nacional sobre essas matérias sem abrir um amplo debate interno com seus sindicatos filiados, assumindo posições de um partido como se fossem da central sindical. Entendemos que as posições partidárias pessoais de dirigentes sindicais não devem, em hipótese alguma, sobrepor-se aos interesses dos trabalhadores.
Nossa central deve ser para o trabalhador não só no discurso de marketing, mas também em suas posições políticas e iniciativas.
Reafirmamos as posições dos 5º, 6º e 7º congressos nacionais da Força Sindical, no sentido de manter a unicidade pela base, a qual vem sendo afrontada constantemente por encaminhamentos da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Por fim, destacamos: Urge que a Força Sindical de uma guinada efetiva no sentido da luta trabalhista e se blinde contra interferências partidárias, sob pena de uma grande debandada de sindicatos, sob pena do enfraquecimento da classe trabalhadora e do esfacelamento de todo o arcabouço de direitos que conquistamos, a duras penas, com anos de luta.
Florianópolis, 19 de fevereiro de 2017

Documento aprovado e assinado pelas lideranças da Força Sul

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